Cheguem mais perto. Sim, vocês aí! Deixem-nos sussurrar-vos ao ouvido o segredo mais bem guardado do Jur.nal. Estão prontos? Shhhh, não façam muito barulho que alguém nos pode ouvir! Okay, partida, largada, fugida… Aqui vai: Somos muitooooo mentirosos. Adoramos contar mentiras. Kant e o seu imperativo categórico odiar-nos-iam. A nossa farsa mais bem montada talvez tenha berço no nosso próprio nome. Tanto no “Jur”, como no “nal”.
Ora, vejamos, reza a lenda que no Jur.nal nunca foi avistado um único jurista e, dos que entravam pelas portas jur.nalescas a dentro (até gritando em alto e bom som “abre-te sésamo”), nunca mais se ouviu falar deles. Aqui não há juristas. Banimos os juristas do Jur.nal.
Depois de entrarem na nossa casa (e, claro, descalçarem os sapatos, porque alguma lei pode vir pegada à sola), poderão encontrar, sim, um escritor na sala a falar com seu cão, um poeta afoito na casa de banho a fazer caretas ao espelho, uma ilustradora a rabiscar cada canto branco nas paredes do quarto… Aqui, as normas e as leis ficam à porta, são substituídas pelos versos, pelos parágrafos e pela beleza de acabar um texto de lágrimas nos olhos.